OsGemeos – mente em conexão
- Bruno Inocêncio
- 2 de jun. de 2017
- 3 min de leitura
OsGemeos – Gustavo e Otávio Pandolfo, são naturais de São Paulo, nascidos em 1974, tiveram sua infância voltada pra arte e cultura de rua, e assim como aconteceu com Kobra e Cranio, a cultura vinda dos Estados Unidos, com o hip hop, a influencia urbana e todo o estilo dos anos 80, foi parte significante na evolução dos dois irmãos. Formados em desenho de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, começaram a pintar em 1987, em Cambuci, bairro onde cresceram. Lá eles entraram no grafite e fizeram suas primeiras obras.

Dupla Gustavo e Otávio Pandolfo mais conhecidos como ‘Osgemeos’
Suas criações e seus desenhos são inspirações de parte da infância da dupla, e até os brinquedos eles mesmos que montavam. “muito do gosto pela arte vem daí. Se quiséssemos jogar botão, fazíamos o campo, por exemplo. A gente já produzia escultura e não sabia”, conta Gustavo. Os irmãos sempre tiveram essa conexão forte. Seus desenhos eram feitos na mesma folha, os pensamentos sempre foram parecidos na criação. “isso de trabalhar junto sempre foi natural. É como se um complementasse a ideia do outro”, fala Gustavo.
A arte na vida d’Os gêmeos começou a se desenvolver para o lado com o estilo próprio por volta de 1995, quando eram artistas plásticos e decidiram criar suas próprias referências, um estilo diferente de arte (um pouco fora das raízes americanas que influenciaram boa parte dos artistas da época). A partir desse pensamento mais liberto, os irmãos começaram a desenvolver sua linguagem, “foi algo no sentido de achar as respostas para o porquê de a gente desenhar”, diz Otávio. Depois dessa escolha, eles entraram completamente em seu universo, chamado Tritrez. “é um universo que encontramos e onde nos sentimos muito confortáveis. A gente vê esse mundo e transforma em desenho, se conecta a ele para criar. É como se fosse um lugar paralelo ao mundo caótico real”, afirma Otávio.
Algum tempo depois, em Munique (Alemanha), à convite do Loomit (grande nome da arte de rua e que descobriu a dupla em uma revista internacional sobre o tema), a dupla embarcou rumo a uma viagem pelo mundo em parceria com diversos artistas. Em 2003, realizaram a primeira exposição solo, na galeria Luggage Store, em São Francisco.

Arte dos gêmeos em Vancouver, Canadá

Trabalho em Boston, nos EUA
Os trabalhos e exposições não pararam a partir dai, e a arte que tem um pouco de realismo em mistura com as cores extremamente fortes, personagens em maioria amarelos e de olhos pequenos d’Os gêmeos se espalharam no mundo, em locais comuns para o grafite, como muros, prédios, praças, e hoje podem ser vistos em barcos, carros (que funcionam), e ate em aviões. Eles sempre cresceram na arte do grafite, sempre foi sua maior influencia a cultura de rua, assim suas criações abordam personagens com tons críticos, nesse universo paralelo criado pela dupla.
Os trabalhos exibidos em todo o mundo, com mostras coletivas e individuais em museus e galerias em diversos países, podem ser encontrados em Cuba, Estados Unidos, Itália, Espanha e outros. A obra dos gêmeos é uma arte muito além do que é visto na tela, pra entender o universo em que os personagens são retratados você deve se permitir imaginar junto da imagem, atravessar a fronteira do obvio e entrar no mundo da arte, interpretar o Tritez.


“A arte d’Os Gemeos no avião usado pela seleção brasileira em 2014”

“Exposição “O Peixe que Comia Estrelas Cadentes”, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil, 2006. Primeira exposição individual em São Paulo.”

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