Best-seller “Os 13 Porquês” vira série da Netflix
- Samara Dallier
- 10 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

A trama acompanha Clay (Dylan Minette), que encontra um pacote endereçado a ele na porta de casa. Dentro, o jovem encontra fitas cassetes com gravações feitas por Hannah Baker (Katherine Langford), em que ela conta os 13 motivos que a levaram a tirar a própria vida. Ao começar a escutar as fitas Clay começa entender os motivos dela e se desespera ao perceber que foi um dos motivos de perder o seu grande amor.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, o criador da série contou o que tenta passar com o seriado, “Nós temos a habilidade de contar, por meio da ficção e da arte, histórias sobre coisas que são muito difíceis de se falar a respeito na vida real. Elas são especificamente difíceis para os jovens falarem, especialmente com os próprios pais. Minha esperança para Os 13 porquês é que eles tenham conversas sobre esses temas de vida ou morte sem ter que sentir medo”.
Na série é possível ver os dois lados da moeda, o da suicida e dos motivos pelo qual ela tirou a própria vida. As fitas são direcionadas aos 13 motivos e todos eles são obrigados a escutarem não só a própria fita, mas também as outras 12. Cada personagem reage de forma diferente ao ouvir as fitas, uns se unem, outros começam a beber, outros ficam mais violentos, mas ainda assim não contam e nem desabafam sobre esse assunto com os pais ou alguém que possa instruir de certa forma.

A série pretende vir cumprindo um papel importante dentro das famílias, principalmente com os jovens, gerando reflexões e debates sobre assuntos sérios tais como: abusos físicos, bullying, depressão suicídio, estupro, excesso de bebidas alcoólicas e sobretudo, diálogo e prevenção, foram temas abordados no livro e que pretendem vir com tudo no seriado.
Pesquisa mostra que o número de suicídios entre os jovens vem aumentando no Brasil
No Brasil, os casos de bullying em escolas aumentaram de 5% para 7%, segundo pesquisa do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento apontou ainda que 20,8% dos estudantes já praticaram algum tipo de bullying contra os colegas e que a prática é proporcionalmente maior entre os meninos do que entre as meninas. Quais as razões que levaram jovens a tirar a própria vida, justamente num momento mágico de descobertas, de crescimento físico e intelectual, de aptidões que afloram, de talentos que surgem, de paixões intensas, de conquista da própria liberdade, de tantas possibilidades que estão por vir? Doenças no corpo como um câncer, meningite, pneumonia e tantas outras parecem ser mais justificáveis em uma morte, mas já observaram a depressão? Ela chega devagar e machuca tanto quanto qualquer outra doença. Sim, ela merece uma atenção especial.
A depressão está aumentando em toda a população, inclusive entre os mais jovens. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país campeão mundial do transtorno de ansiedade e somos o quinto em número de pessoas com depressão; o que significa aproximadamente 11,5 milhões de brasileiros. Muitos chamam isso de frescura, mas a depressão pode sim causar o suicídio, o fim de vida de alguém. Por isso, temos que se ficar atento aos sinais de depressão entre os nossos jovens. Cada um demonstra de um jeito. Conversar abertamente, sem nenhum tipo de preconceito, saber escutar e procurar entender o que se passa na cabeça de um jovem pode ser uma boa opção para começar. E hoje em dia há muitas possibilidades de tratamento que podem ajudar muito.
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